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A feira de Pentecoste


      Eles chegam muito cedo, montam suas barracas e organizam seus produtos à espera dos primeiros clientes. Algumas barracas são montadas na noite anterior, outros feirantes já chegam quando a feira já está no auge e estendem uma lona por ali e expõem seus produtos.  
      As feiras têm sua importância na história da humanidade e não se pode precisar ao certo quando elas começaram. Registros mostram que há 500 a.C já existiam feiras no Oriente Médio. Na literatura, ela tem tanta importância que Antonio Sales, em sua obra Aves de arribação, apresenta a feira como o local onde surgem as mais variadas conversas, onde as pessoas ouviam a missa, conviviam e comerciavam. Na obra, a feira funciona como termômetro da cidade, pois é nesse local onde é possível se inteirar das principais novidades da região.  
       Em Pentecoste não seria diferente, mas na Cidade do peixe a feira tem características bem particulares. Curiosamente, e as gerações mais novas talvez não saibam, a feira na cidade já funcionou aos domingos, mas nas últimas décadas têm funcionado aos sábados. Os comerciantes se concentram no quadrilátero em torno do Mercado municipal. É possível comprar produtos bem variados: peixe, carne, galinha caipira, capote, verduras, frutas, cabras, ovelhas, roupas e brinquedos. Também para quem é bom nas negociações, é possível comprar ou trocar uma bicicleta usada, um fogão semi-novo, ou ainda renovar os utensílios do lar comprando panelas a um preço bem acessível: “Esse alumínio aqui é o mesmo que a dona Marisa, mulher do presidente Lula, usa na casa dela.” Esbraveja o vendedor aos quatro ventos, em meio a gargalhadas. “E aí patrão, bora comprar um celular zero da budega?”, sussurra um dos feirantes ao passarmos no lado conhecido como Feira das trocas. “Macho, cuidado com o IBAMA! Tu tá doido pra perder essa tua graúna, né?” Comenta o vendedor de gaiolas para o companheiro do lado. “Essa bicicleta atinge 60 km por hora bem ligerim. A bicha é toda no rolamento!” Argumenta o cidadão tentando convencer um dos clientes.
       Enquanto as negociações acontecem, é possível ficar atento às novidades do comércio por meio do serviço de som. O Robim manda seus alôs, oferece as músicas, anuncia documentos perdidos e faz alguns comerciais através das irradiadoras. Esse serviço radiofônico já faz parte da história do município de Pentecoste. Dentro do mercado, era possível comer nas pensões (restaurantes). Atualmente o mercado está em reforma e os restaurantes estão debaixo de um dos barracões. Mas ainda é possível comer panelada, gostosinho, sarrabulho ou tomar um caldo. Para quem prefere as vitaminas, é possível tomar uma abacatada no Joãozão. Em todas as laterais do mercado, é possível comprar DVDs dos filmes mais atuais: “Eu tenho o Tropa de elite 02! Oh! filme quentura! Pede pra comprar.” Grita o vendedor de DVDs.
          A manhã vai terminando e os carros já vão encostando para levar de volta os inúmeros moradores da zona rural que foram comercializar. Mas, antes é necessário passar no barracão das bancas de bolo e comprar um bolo de milho, batata ou macaxeira para a merenda da tarde. Nessa agitação frenética termina mais uma feira e, em muitos, fica o desejo que a semana passe rápido para rever os amigos, interagir e negociar. 

Saiba mais:   

1. Pentecoste pertence à microrregião do Médio Curu. Para se chegar à cidade, a partir da capital Fortaleza, o visitante deve acessar a BR- 222. Logo após o distrito de Croatá, no município de São Gonçalo do Amarante, deve entrar à esquerda na Rodovia CE-341 e, cerca de meia hora depois, estará em Pentecoste.

2. A economia do município está baseada na agricultura de subsistência das culturas de milho, feijão e mandioca, além de banana e coco em áreas irrigadas, próximas à faixa do rio Curu perenizado e do açude Pereira de Miranda, bem como da fábrica de Calçados Paquetá, filial de empresa do Rio Grande do Sul, que tem toda sua produção exportada para fora do estado e do país.

3. A feira acontece aos sábados começando, bem cedo, por volta das cinco da manhã e vai até meio dia.

Por Nonato Furtado
Raimundo Moura

Radialista formado, blogueiro, graduando em serviço social e Conselheiro Tutelar, atualmente apresento o Programa Alerta Geral Vale do Curu pela 91.9 de Pentecoste e colaboro com o Jornal Integração da Atitude FM de Itapajé.

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